Desenvolvimento do Projeto Pedagógico: Uni – Duni – Tê
O Projeto Uni
– Duni – Tê está sendo realizado na Escola Virginia Secco Bonin, por mim,
professora Julia Campanucci e meus alunos de 1ª e 2ª etapa da Educação
Infantil.
Dei inicio ao
projeto na primeira semana de Agosto. Logo após as atividades e organização da
sala é hora de Uni – Duni – Tê, é tempo de escolher uma brincadeira e reunir
amiguinhos para brincar. Devido ao tempo frio, sugeri que brincássemos na sala.
Os garotos gostam de brincar de construção, acho uma graça porque eles
reproduzem as situações cotidianas de uma forma tão sábia e tão espontânea que
vez por outra me pego admirada. Dessa vez eles tiveram a brilhante idéia de
utilizar o capacete do kit médico para brincar de construtor, quando perguntei
o motivo pelo qual usavam, um deles me respondeu sem pestanejar: “É um capacete
protetor, professora. Porque estou arrumando o telhado desta casa e para que
não tenha perigo de uma telha cair na minha cabeça eu uso o capacete.”
Gracioso! Já minhas garotas, descobriram um baú que sempre esteve lá, mas elas
nunca tiveram curiosidade em tocá-lo, e agora resolveram abri-lo e descobriram
vestidinhos rodados, alguns parecidos com os de princesas e de noivas _ estão
extasiadas, vez por outra eu as observo rodopiando pela sala como se dançassem
num grande baile. Outras vezes, passam tempos diante do espelho notando cada
detalhe de si... Jogam o cabelo, fazem carinhas de moças _ É a auto-estima em
alta, quase palpável. Pudera eu ou você, guardar porções destas para que em
tempos de depressão pudéssemos espalhar novamente pelo ar e agraciar tantas
belas moças que já se esqueceram de amar, não aos outros, mas a si...
Num outro
momento, fizemos joguinhos de equipe: meninos X meninas, eles acham super desafiador
e é um barato, porque eles comemoram a cada ponto, parece jogo de vôlei, os
garotos se abraçam, as meninas vibram... é uma euforia tamanho família e a
professora torce para ambos os lados como se pudesse poupá-los da decepção da
derrota. O joguinho proposto foi bingo de figuras, cada equipe recebeu umas 20
fichas, cada ficha uma figura. Ao passo que eu ia cantando o nome das figuras
eles iam guardando as fichas, quem acabasse primeiro, seria o vencedor. É um
jogo que requer atenção e ajuda dos amiguinhos, porque não é fácil memorizar
tudo, então cada participante se atenta as figuras que há na mesa e, sobretudo
fazem silencio para ouvir o próximo nome que a professora irá ditar. É bem
bacana!
Ahh, os
meninos ganharam e as garotas pediram revanche _ Em breve, bingo de figuras
capítulo 2!
Outra
brincadeira super gostosa e que vez por outra nós realizamos na sala é o
esconde-esconde de objetos, acho super válida essa brincadeira porque posso
analisar a autonomia das crianças. Algumas crianças ficam tímidas em buscar o
objeto, tem medo de tocar nos armários, vistoriar prateleiras, olhar por trás
da cortina... Enquanto outras crianças são ousadas, às vezes é preciso
lembrá-las de que o jogo está restrito apenas a sala principal, senão querem
buscar o objeto no parque, na sala de jogos, nos banheiros, nas mochilas das
crianças, etc... Então, acho interessante, porque é uma forma de impor limites
à alguns e incentivar outros a ir mais adiante, dar mais alguns passos,
convidá-los para que se sintam mais a vontade em nossa sala. É uma forma de
conhecer melhor nossos alunos.
Quando o tempo
melhorou, saímos para brincar, fomos ao parque curtir os brinquedos e pular
corda. Ao pular corda incentivo as crianças que recitem parlendinhas, que
entoem o alfabeto e as vezes realizamos a contagem dos pulos.
Outra
brincadeira do nosso momento Uni – Duni – Tê, é a memória, tenho aproveitado
esse jogo para ensiná-los sobre par ou ímpar, no inicio contávamos as peças
avulsas quem tivesse mais ganhava o jogo, depois passamos a contabilizar os
pares. Destaco sempre que para brincar de memória é preciso contar as peças e
alinhá-las e que depois não se pode movê-las ou mudá-las de lugar porque isso
atrapalha nossa concentração. No começo, não raro as crianças sentem-se
tentadas a aproximar as peças quando notam espaços vagos, mas à medida que
vamos praticando o jogo, isso deixa de acontecer.
Ainda na
primeira semana de Agosto, fizemos uma espécie de gincaninha no parque.
Distribui alguns cones formando um zig zag, coloquei um colchonete e pedi que
rolassem sobre ele, estiquei uma corda onde deveriam passar cuidando para não
desequilibrar, e tinha algumas outras etapas a vencer como: pedalar a
motoquinha, balançar no pneu imitando um cowboy, escorregar, acertar a bola no
cesto do basquete e assim por diante. Foi legal, as crianças ficam atentas e
observam os movimentos dos colegas e ajudam a lembrar qual é a próxima fase do
jogo. Quando termina a brincadeira, muitos dizem: “Puxa professora, hoje eu me
cansei!”
Uma coisa
legal que eu propus às crianças na segunda semana de Agosto, foi à visita ao
parque da Escola Monsenhor, as crianças foram, brincaram, se divertiram. Já na
sala, aproveitei para fazer alguns questionamentos do tipo: Qual parque é
maior? O da escola Monsenhor ou da escola Virginia? Quais são os brinquedos
quem temos aqui e que não tem lá? Sendo assim, onde há mais brinquedos
diferentes?
Nesta mesma
semana realizamos um jogo em equipes que nomeei como caça letras. Primeiro, os
garotos receberam 30 letrinhas móveis e saíram para escondê-las ao parque, logo
mais, as meninas tiveram 30 segundos para buscar o maior numero de letras
possíveis dentro deste tempo. Em seguida havia duas caixas, sendo uma para as
vogais e outra para as consoantes, então elas deveriam fazer a distribuição das
letrinhas, e em seguida contá-las. Eu anotava o resultado no painel. Depois era
a vez dos meninos saírem à caça das letrinhas. Uma forma divertida e
descontraída de memorizar vogais e consoantes.
Quando o tempo
virou para frio e chuva, nos reunimos na sala para brincarmos de amarelinha,
desenhei a amarelinha dando destaque a forma geométrica e também aos números.
As crianças se divertiram!
Levei para a
sala de aula um dado gigante e aproveitei para ensinar adição, dividi as
crianças em equipes. Um do grupo lançava o dado, o número que caia eu escrevia
no painel, depois era outro time e eu também anotava o resultado, depois foi o
momento de efetuarmos as continhas. Uma brincadeira que gerou uma aula de
matemática.
Outro dia, nos
reunimos para criar um jogo. Pedi para que as crianças dissessem nome de
frutas. Foram muitas, então dei a elas uma etiqueta com a escrita da fruta
escolhida e criamos as etapas e regras do jogo, pensamos no seguinte: todas as
crianças ficam de costas mostrando assim a etiqueta que contem a fruta, a
criança é incentivada a ler o nome da fruta e gritar, por exemplo: banana. Quem
for a banana deve correr para alcançar uma bola que fica no cesto de fruta
enquanto isso as outras crianças correm. A criança que tem a bola na mão deve
dizer salada-saladinha e então todas as frutas param de se mexer, viram
estátuas e a banana deve acertar a bola na outra fruta. Se acertar, a fruta
atingida deve sair da brincadeira para gritar o nome de outra fruta que pegará
a bola e assim por diante. Nomeamos a brincadeira de salada-saladinha.
E na sexta
feira nós brincamos de casinha lá no parque, junto com as crianças criamos uma
receita de brincadeirinha. Sugeri: a mamãe quer fazer um bolo, mas ela perdeu o
seu caderno de receita, vamos ajudá-la? O que é preciso para fazer um bolo?
Então cada criança foi sugerindo ingredientes e eu fui dando dicas para que
pensassem também em medidas, e fui anotando no papel, depois partimos para o
modo de fazer, é legal, porque as crianças participam e criam junto as
brincadeiras, e vão se apercebendo da forma como se registra uma receita, e
muitas até memorizam o que a professora escreveu, como: leite, açúcar, farinha,
chocolate, fermento.
Abaixo algumas
fotos das brincadeiras...
Sem Mais,
Julia Campanucci
Capão Bonito, 19 de
Agosto de 2012.
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